Notas sobre “A geologia na Rota da Vinha e do Vinho das Arribas do Douro Internacional Norte"


Decorreu este fim de semana (30 a 1 de Abril de 2012), um seminário sobre “A geologia na Rota da Vinha e do Vinho das Arribas do Douro Internacional Norte", em Miranda do Douro, promovido pela Associação Portuguesa de Geológos e pelo Departamento de Geologia da UTAD.

 Cortesia de FYP

Entre outras comunicações de sábado, destaco:
Agustín Muñoz do Departamento de Geologia da Universidade de Zaragoza, destacou a influência da geologia na qualidade e personalidade dos vinhos. Os vinhos são influenciados pro um conjunto de factores como o tipo de casta, clima, solo, geografia, e factor humano, que com a sua inteligência consegue tirar mais partido que os outros factores.
Um dos desafios nas próximas décadas será a utilização dos Sistemas de Informação Geográfica (Sigs) para o controle da maduração e a monitorização da vinha ao longo de todo o processo.
Referiu que os vinhedos constituem um atractivo natural turístico e há que ligar o vinho ao território, as pessoas e tradições.


Afonso Martins (UTAD) apresentou como a colocação de uma cobertura verde de relvamento nas vinhas do Alto Douro pode manter o solo e assim controlar a erosão hídrica; aumentar a biodiversidade; melhorar as condições de estrutura; diminuir as perdas de nutrientes por lixiviação, com melhor eficácia na utilização dos mesmos; controlar o vigor e melhorar a qualidade da paisagem.
Foi também apresentado por um grupo de investigadores da UTAD, um modelo inovador através do recurso a fotografia digital para determinar o vigor e a expressão vegetativa de uma videira. O método foi utilizado em castas de Touriga Nacional, devido aos resultados positivos alcançados será também utilizada agora em outras castas e espécies arbustivas.
Serafín Monterrubio (USAL) apresentou a relação entre a Geología e o Vinho na Denominación de Origen Arribes.
Lisete Osório (coordenadora da Ruta Internacional del Vino) salientou o papel da Ruta del Vino na região transfronteiriça, para fomentar sinergias entre as instituições públicas e privadas, e os agentes relacionados, directa ou indirectamente, com o turismo e o mundo vitivinícola. Bem como fortalecer a presença de Duero-Douro como destino enoturístico nos mercados internacionais e contribuir assim para o desenvolvimento rural de toda esta região transfronteiriça.
O Enoturismo no território transfronteiriço Duero-Douro e Alto Douro Vinhateiro assume um papel de estrema importância, uma vez que dadas as suas características geográficas, morfologia da paisagem, microclima e a disposição em terraços dos vinhedos constituem por si só atractivos naturais para o turismo.
 Cortesia de FYP
Para além das conferências, palestras e debates, também se realizaram várias visitas de campo na região entre Miranda do Douro, Fermoselle e Mogadouro


Este seminário foi  muito mais do que um mero evento enoturístico. Foi um programa cultural, uma encruzilhada de temas, onde convergem além da Geologia e da Edafologia, a Agronomia e a Viticultura, a Geografia Física e Humana, a Gastronomia, o Turismo e o convívio com as gentes da região Duero-Douro.

Por fim, agradecer à Organização pelo convite que nos endereçou.

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